terça-feira, 25 de outubro de 2011

Por que Espiritismo - Parte 3




É um pouco dessa confusão que eu via nas páginas da bíblia até pouco tempo atrás. Aos 8 anos de idade eu não tinha condições de entender coisas do mundo material e nem do espiritual sendo instruído através de tantas histórias fantásticas e frente à um mundo que ficava cada vez mais sério e diferente daquilo que acreditava ser algo perfeito. O mesmo ocorreu com o passar do tempo, nada mudou muito nos anos seguintes. As questões de fundo espiritual (vida, morte, espírito, céu, inferno, etc)  rondavam minha cabeça e não havia ninguém que pudesse responder de maneira clara, lógica e razoável. Mesmo frequentando o catecismo, aos 12, não tinha padre algum que dava jeito para que eu acreditasse em determinadas coisas que eles diziam ser reais. Desde a pré-adolescência eu me questionava quanto aos rituais católicos e seus textos, gestos e dogmas que não faziam sentido algum. A igreja não me dava respostas. A situação ficou ainda pior na fase adulta. Isso porque o ceticismo quase tomou conta de mim se não fosse pelo fato de que me deparei com determinados acontecimentos extraordinários ou, como podemos dizer, espirituais, e que me trouxeram novos questionamentos além daqueles que tinha em relação à bíblia e à religião. Ceticismo e fé cega são coisas que não podem caminhar juntas e isso me deixava confuso. Algo certamente estava errado. Como pode a ciência ser tão exata (em sua grande maioria) e ignorar a existência da alma?



Eu acredito que há vários motivos pelos quais a ciência não enxerga nada além daquilo que seja palpável, tangível, material. Contudo, penso que o principal motivo para que a ciência ignore as leis divinas é o fato de que tanto as escrituras sagradas quanto as religiões em si ainda são mal interpretadas por religiosos fanáticos ou mal intencionados. Por essa perspectiva, tanto a ciência quanto as religiões criam uma grande barreira entre si, chegam ao ponto de competir em alguns setores como o da saúde, por exemplo, ditam suas verdades e disparam uma confusão imensa nas cabeças das pessoas do mundo todo. Ao invés de trabalharem juntas para o desenvolvimento da humanidade, a ciência e as religiões, muitas vezes, ultrapassam os limites do bom senso e causam à humanidade transtornos desnecessários como a ridicularização da fé por parte da ciência e o sectarismo religioso.


Evidente que essa reflexão entre ciência e religiões não é somente minha. Aliás, não fui o primeiro e nem serei o último a refletir e raciocinar sobre esse tema. Tampouco sou o primeiro ou o último a questionar a bíblia. Eu sou apenas mais um que há muito tempo questiona coisas que não são claras e que muita gente não se preocupa por ignorância ou comodismo. 


Assim como muitos, busco orientação. Nessa busca, eu me deparei com diversas religiões, seitas, rituais, mães-de-santo, filosofias, lendas, estudos, pessoas sérias e picaretas. Entre tantos caminhos, um dia, cheguei ao espiritismo. Eu havia escutado a respeito de Allan Kardec e seus livros mas nunca tinha, efetivamente, estudado ou lido algo a fundo. Eu tinha uma idéia bem nebulosa do que era a doutrina. Ao me interar sobre o que se tratava, mediante leitura do livro "A Gêneses" de Allan Kardec, eu me convenci de que se hoje há um caminho que traga respostas e esperanças para o futuro, esse é o caminho da doutrina espírita.

Por que espiritismo? Por que a codificação apresentada por Allan Kardec e posteriores publicações de diversas pessoas, trouxeram à luz temas e discussões que dificilmente eram tratados seriamente até então e que, em muitas ocasiões e lugares, eram proibidos por determinadas leis religiosas. A doutrina espírita nos traz a liberdade de expressão e pensamento onde não há espaço para dogmas e fé cega. 


O raciocínio lógico é alicerce para discussão sobre temas de qualquer natureza. 
Além de lógica e bom senso, essa doutrina foi construída através de metodologia científica empregada por Allan Kardec, em 1857, e os resultados de seus trabalhos foram e ainda são comprovados em diversos lugares do mundo até os dias de hoje. Através do estudo dessa doutrina, pude verificar que há muito mais em outras doutrinas que eu poderia imaginar. Hoje, eu consigo entender o conceito da palavra religião e enxergar, com respeito e sabedoria, as alegorias contidas em qualquer escritura sagrada. A filosofia contida na codificação espírita é base para minha reforma íntima. E é através dessa reforma que eu descubro, todos dias, uma nova perspectiva de vida, longe de sectarismo e proselitismo de qualquer religião.


Ricardo

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