Recebi de uma amiga.
Não vou ler este texto... Não tenho tempo
Ivan da Cunha
Mais de 3.000 pessoas se inscreveram voluntariamente para receber este boletim e não mais do que um terço irá ler este texto. Sabe qual a justificativa dos dois terços restantes? -Não tenho tempo!
Já me disseram até para transformar o texto em vídeo ou em sonorização para que seja ouvido enquanto a pessoa faz outra atividade simultaneamente.
Estamos vivendo a ditadura da velocidade. Velocidade virou sinônimo de qualidade e não percebemos que o desejo de chegar logo ao objetivo não permite que desfrutemos os sabores da caminhada.
A cada dia levantamos mais cedo, dormimos mais tarde e temos menos tempo para viver uma vida de qualidade. O computador mais veloz comprado hoje, em pouco tempo parece o mais lento, queremos cursos para apreender em poucos dias ou horas, uma palestra na casa espírita com mais de 45 minutos incomoda, qualquer atividade que atrase gera irritação; tudo em nome das inúmeras obrigações que temos a cumprir.
Mas qual é o grande problema desse excesso de velocidade?
Esta correria desenfreada é excelente ferramenta para fugirmos de nossos conflitos, e claro, de nós mesmos. Afinal, entorpecer os sentidos com vasta agitação e correria não nos deixa sobrar tempo para ouvir a voz interior que nos cobra soluções para os problemas existenciais. É a droga moderna, e o pior, é fornecida gratuitamente.
Atenção: “Muito mais importante do que chegar é o caminho percorrido.”
Muitas vezes depois de anos de lutas e correrias, chegamos à posição social almejada e nos sentimos vazios, insatisfeitos e tristes. O mais importante foi deixado de lado.
Dediquemo-nos com mais calma e atenção ao que acontece em nossa rotina e veremos quanta coisa está ficando para trás. Perceberemos, por exemplo, o automatismo com que cuidamos do corpo, que nossos amados estão envelhecendo e que devemos desfrutar mais de suas companhias, que os filhos estão crescendo e que brincar com eles poderia ser uma atividade diária. Que o chegar em cima da hora e a pressa de ir embora da casa espírita que freqüentamos não nos permite conhecer pessoas que poderiam se tornar bons amigos. Que os momentos de lazer com amigos e família estão sendo abandonados.
Jesus precisou de três anos para mudar a história da humanidade e, mesmo assim, tinha tempo para os estudos, festividades, amigos, reflexão, visitas, trabalho e família; ainda ensinou que a caridade e o desenvolvimento espiritual são feitos com equilíbrio e passo a passo. Quanto mais acelerada for nossa vida, mais lentamente caminharemos ao encontro da paz interior.
Ao desencarnar teremos que apresentar nosso curriculum vitae na espiritualidade e segundo o professor Mario Sergio Cortella, curriculum vitae significa percurso da vida, e não a vida em correria.
Pense nisso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário