terça-feira, 5 de julho de 2011

Tá corrido? Pense nisso.


Recebi de uma amiga.


Não vou ler este texto... Não tenho tempo
Ivan da Cunha
 Mais de 3.000 pessoas se inscreveram voluntariamente para receber este boletim e não mais do que um terço irá ler este texto. Sabe qual a justificativa dos dois terços restantes? -Não tenho tempo! 
      Já me disseram até para transformar o texto em vídeo ou em sonorização para que seja ouvido enquanto a pessoa faz outra atividade simultaneamente.
Estamos vivendo a ditadura da velocidade. Velocidade virou sinônimo de qualidade e não percebemos que o desejo de chegar logo ao objetivo não permite que desfrutemos os sabores da caminhada. 
A cada dia levantamos mais cedo, dormimos mais tarde e temos menos tempo para viver uma vida de qualidade. O computador mais veloz comprado hoje, em pouco tempo parece o mais lento, queremos cursos para apreender em poucos dias ou horas, uma palestra na casa espírita com mais de 45 minutos incomoda, qualquer atividade que atrase gera irritação; tudo em nome das inúmeras obrigações que temos a cumprir.
Mas qual é o grande problema desse excesso de velocidade? 
Esta correria desenfreada é excelente ferramenta para fugirmos de nossos conflitos, e claro, de nós mesmos. Afinal, entorpecer os sentidos com vasta agitação e correria não nos deixa sobrar tempo para ouvir a voz interior que nos cobra soluções para os problemas existenciais. É a droga moderna, e o pior, é fornecida gratuitamente.
Atenção: “Muito mais importante do que chegar é o caminho percorrido.”
Muitas vezes depois de anos de lutas e correrias, chegamos à posição social almejada e nos sentimos vazios, insatisfeitos e tristes. O mais importante foi deixado de lado. 
Dediquemo-nos com mais calma e atenção ao que acontece em nossa rotina e veremos quanta coisa está ficando para trás. Perceberemos, por exemplo, o automatismo com que cuidamos do corpo, que nossos amados estão envelhecendo e que devemos desfrutar mais de suas companhias, que os filhos estão crescendo e que brincar com eles poderia ser uma atividade diária. Que o chegar em cima da hora e a pressa de ir embora da casa espírita que freqüentamos não nos permite conhecer pessoas que poderiam se tornar bons amigos. Que os momentos de lazer com amigos e família estão sendo abandonados.
Jesus precisou de três anos para mudar a história da humanidade e, mesmo assim, tinha tempo para os estudos, festividades, amigos, reflexão, visitas, trabalho e família; ainda ensinou que a caridade e o desenvolvimento espiritual são feitos com equilíbrio e passo a passo. Quanto mais acelerada for nossa vida, mais lentamente caminharemos ao encontro da paz interior. 
Ao desencarnar teremos que apresentar nosso curriculum vitae na espiritualidade e segundo o professor Mario Sergio Cortella, curriculum vitae significa percurso da vida, e não a vida em correria. 
Pense nisso!

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